Com apenas um pouco mais de 1 mês na Suécia, já tive a pausa para as festas de fim de ano, então decidi viajar para a Polônia, afinal, passar as festas sozinho aqui na minúscula cidade de Jönkoping, onde tudo fecha às 3 da tarde, não era uma boa opção!
Cheguei em Gdánsk, onde mora a Ewa, minha amiga polonesa com quem morei por 1 ano no Equador (e que até foi visitar Curitiba em 2008!). Foi ótimo experimentar um típico natal europeu, cheio de neve, pinheirinho, grande ceia em família e troca de presentes.
Os poloneses são um povo bastante católico e respeitam muitas das tradições. Durante a ceia repartem algo parecido com a hóstia e não comem carne. Um prato bastante exótico é o Arenque, que é um tipo de peixe que se come cru. Eles “cozinham” o peixe no sal e temperos apenas. Tem um gosto bastante diferente, e dependendo do tempero utilizado, até que fica gostoso, ou pelo menos comestível.
Gdánsk é uma cidade muito importante, por sua localização estratégica no mar Báltico e cheia de história. Foi totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial e reconstruída pelos comunistas da antiga União Soviética. É incrível imaginar que a cidade inteira foi devastada e reconstruída em tão pouco tempo. Isso mostra a forca do povo local, reconhecido por serem bastante lutadores. Muitos consideram que o fim da guerra e mais tarde, a queda do comunismo começou em Gdánsk.
Depois das festividades, milhares de almoços, jantares e comida e bebida por todos os lados, partimos de trem para Varsóvia, a capital da Polônia. Varsóvia é quase como qualquer outra grande cidade atual. Cheia de edifícios comerciais, lojas e trafego. Ficamos 1 dia na cidade, conhecendo os pontos principais e partimos para Cracóvia.
Cracóvia foi minha cidade favorita na Polônia, por ter sido no passado a capital do País, possui um “ar” mais histórico e cultural. É possível visitar o castelo onde moraram os antigos reis da Polônia, o centro histórico, o bairro onde os judeus foram confinados durante a segunda guerra.
Depois de algum tempo na Polônia, eu percebi que todo lugar que eu ia, havia alguma relação com a Segunda Guerra. E é fácil de entender por que.
A Polônia foi totalmente devastada pelas tropas nazistas e palco do maior holocausto, e tudo isso não faz muito tempo. A história do país foi bastante triste, cheia de disputas territoriais e conflitos, e isso reflete no dia a dia atual. Eu perguntei a um guia porque eles faziam tanta questão de relembrar esses momentos terríveis, com tantos memoriais espelhados pelo país. A resposta foi: além de homenagear os heróis que perderam suas vidas lutando pela liberdade, queremos que os visitantes reflitam e se eduquem, para que nunca mais deixem que algo parecido aconteça.
Hoje a Polônia mostra sua forca. Desde 1989 quando se libertou dos laços comunistas, o país começou a crescer e foi o único país europeu que teve um PIB positivo durante a recente crise mundial. Estão recebendo pesados investimentos (inclusive a Husqvarna começou a construir uma fabrica lá) e em poucos anos estão recuperando o tempo perdido durante décadas.
Perto de Cracóvia existe o famoso campo de concentração de Auschwitz, porém a Ewa não quis ir lá, dizendo que seria muito traumático para ela. Então decidimos ir para Zakopane, a capital do inverno, onde é possível ver a vida típica das montanhas polonesas. Foi divertido, embora não teve neve nestes dias e a capital do inverno perde um pouco sua graça sem neve!
Eu aproveitei Zakopane, mas para uma turista latino, eu preferia ter ido para o campo de concentração e prometi pra mim mesmo que iria voltar um dia para visitar Auschwitz. Definitivamente não é algo prazeroso, mas com certeza, uma experiência humana que todos deveriam passar pelo menos uma vez na vida, para sentir o que os antepassados sofreram e refletir sobre nossas ações.
É difícil escrever em um pedacinho de texto tudo o que eu vi e experimentei na Polônia, mas com certeza, levarei muitas memórias e lições comigo, durante muito tempo.
Próximo post: Ano Novo na República Checa.
2 comments:
Igor, muito bacana ver voce se aventurando aí pela Europa.
Em maio estarei na Hungria, talvez vc possa vir me visitar.
Paulo
Igor que mico ter se perdido e não ter marcado pelo menos o endereço rsrs, faz parte da história. Esta postando como um contador de histórias. Vc é maravilhoso.
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