Saturday, February 13, 2010

Polônia!


Com apenas um pouco mais de 1 mês na Suécia, já tive a pausa para as festas de fim de ano, então decidi viajar para a Polônia, afinal, passar as festas sozinho aqui na minúscula cidade de Jönkoping, onde tudo fecha às 3 da tarde, não era uma boa opção!


Cheguei em Gdánsk, onde mora a Ewa, minha amiga polonesa com quem morei por 1 ano no Equador (e que até foi visitar Curitiba em 2008!). Foi ótimo experimentar um típico natal europeu, cheio de neve, pinheirinho, grande ceia em família e troca de presentes.




Os poloneses são um povo bastante católico e respeitam muitas das tradições. Durante a ceia repartem algo parecido com a hóstia e não comem carne. Um prato bastante exótico é o Arenque, que é um tipo de peixe que se come cru. Eles “cozinham” o peixe no sal e temperos apenas. Tem um gosto bastante diferente, e dependendo do tempero utilizado, até que fica gostoso, ou pelo menos comestível.




Gdánsk é uma cidade muito importante, por sua localização estratégica no mar Báltico e cheia de história. Foi totalmente destruída durante a Segunda Guerra Mundial e reconstruída pelos comunistas da antiga União Soviética. É incrível imaginar que a cidade inteira foi devastada e reconstruída em tão pouco tempo. Isso mostra a forca do povo local, reconhecido por serem bastante lutadores. Muitos consideram que o fim da guerra e mais tarde, a queda do comunismo começou em Gdánsk.



Depois das festividades, milhares de almoços, jantares e comida e bebida por todos os lados, partimos de trem para Varsóvia, a capital da Polônia. Varsóvia é quase como qualquer outra grande cidade atual. Cheia de edifícios comerciais, lojas e trafego. Ficamos 1 dia na cidade, conhecendo os pontos principais e partimos para Cracóvia.














Cracóvia foi minha cidade favorita na Polônia, por ter sido no passado a capital do País, possui um “ar” mais histórico e cultural. É possível visitar o castelo onde moraram os antigos reis da Polônia, o centro histórico, o bairro onde os judeus foram confinados durante a segunda guerra.




Depois de algum tempo na Polônia, eu percebi que todo lugar que eu ia, havia alguma relação com a Segunda Guerra. E é fácil de entender por que.

A Polônia foi totalmente devastada pelas tropas nazistas e palco do maior holocausto, e tudo isso não faz muito tempo. A história do país foi bastante triste, cheia de disputas territoriais e conflitos, e isso reflete no dia a dia atual. Eu perguntei a um guia porque eles faziam tanta questão de relembrar esses momentos terríveis, com tantos memoriais espelhados pelo país. A resposta foi: além de homenagear os heróis que perderam suas vidas lutando pela liberdade, queremos que os visitantes reflitam e se eduquem, para que nunca mais deixem que algo parecido aconteça.

Hoje a Polônia mostra sua forca. Desde 1989 quando se libertou dos laços comunistas, o país começou a crescer e foi o único país europeu que teve um PIB positivo durante a recente crise mundial. Estão recebendo pesados investimentos (inclusive a Husqvarna começou a construir uma fabrica lá) e em poucos anos estão recuperando o tempo perdido durante décadas.





Perto de Cracóvia existe o famoso campo de concentração de Auschwitz, porém a Ewa não quis ir lá, dizendo que seria muito traumático para ela. Então decidimos ir para Zakopane, a capital do inverno, onde é possível ver a vida típica das montanhas polonesas. Foi divertido, embora não teve neve nestes dias e a capital do inverno perde um pouco sua graça sem neve!




Eu aproveitei Zakopane, mas para uma turista latino, eu preferia ter ido para o campo de concentração e prometi pra mim mesmo que iria voltar um dia para visitar Auschwitz. Definitivamente não é algo prazeroso, mas com certeza, uma experiência humana que todos deveriam passar pelo menos uma vez na vida, para sentir o que os antepassados sofreram e refletir sobre nossas ações.






É difícil escrever em um pedacinho de texto tudo o que eu vi e experimentei na Polônia, mas com certeza, levarei muitas memórias e lições comigo, durante muito tempo.


Próximo post: Ano Novo na República Checa.




2 comments:

Anonymous said...

Igor, muito bacana ver voce se aventurando aí pela Europa.

Em maio estarei na Hungria, talvez vc possa vir me visitar.

Paulo

Aninha Fagundes said...

Igor que mico ter se perdido e não ter marcado pelo menos o endereço rsrs, faz parte da história. Esta postando como um contador de histórias. Vc é maravilhoso.